segunda-feira, 25 de janeiro de 2016 0 comentários

Aquarela de amor


Feito camaleão que muda de cor
adaptando-se ao ambiente.
É assim que sou,
Aquarela de amor.

Vísceras vociferam
A espinha arrepia
Os poros se abrem
A respiração tardia.

Pupila dilata
Sem pressa e sem dor
O coração que bata,
Pois assim é o amor

Camufla-me de tesão
Faz de mim camaleão
Pois é assim que sou
Aquarela de amor.

sexta-feira, 15 de janeiro de 2016 0 comentários

Nem menos, nem mais

Quero o que é meu por direito
Nem menos nem mais,
Quero uma tarde tranquila,
Passear no parque
Quero um céu estrelado,
Preciso de um céu estrelado.

Quero ser feliz
Poder dançar
Perder a vergonha de mim mesmo,
Ter a certeza de que tenho alguém ao meu lado
Eu preciso desse alguém ao meu lado.

Quero me perpetuar na poesia
Ser a poesia e nada mais,
Quero o que é meu por direito
Nem menos nem mais.
quarta-feira, 13 de janeiro de 2016 0 comentários

Semente

Não há motivo aparente
Pra criticar o presente,
Pois eu só colho os frutos
Da minha própria semente,
domingo, 10 de janeiro de 2016 0 comentários

Cardiorquestra

Beleza inocente essa que me chama atenção
Meiguice ludibriante que se sobressai em constante
Menina dos olhos meus que muito pouco sei de ti
Menina mulher que não se cansa de provocar

Amizade fraterna e uma beleza interna que se lambuza com a externa
Que com pequenos movimentos faz acelerar os batimentos,
Mas tão pouco sei de ti, o que será que tem por trás desse sorriso?
Seria um abismo?

Então me dê um para quedas para pular em teu precipício,
Precipitando o inevitável e cair de vez em teus braços
Não lute ou relute, apenas escute.

Sim, esse é o som do coração que só orquestra uma canção,
Seguindo apenas um ritmo, como no tilintar dos sinos,
Que vai quando você se esvai e volta quando ao meu lado estás.

Menina bela, singela, donzela indomável, será que me enxergas?
Talvez sim, talvez não, mas não pare a canção,
Pois meu coração, duvidoso por obséquio
Não sabe ao certo se é amor ou ilusão.
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Inevitavelmente

Pronto falei, não aguentava mais tanto silêncio,
Essa ausência de palavras estava me roendo por dentro,
Pode ter sido melhor, ou pior não sei, mas foi relaxante,
E agora, que o tempo passe e me traga respostas
Que a vida siga, mas sem se distanciar muito.

Simplesmente haja como seu coração achar melhor,
Viva, brinque, sorria, mas quando quiseres olhar para o lado,
Estarei aqui, pronto, vivo, apenas hibernando no porão do tempo,

Eu que não tenho especialidades, que não tenho tido ideias tão boas,
Que por um momento achei ser escritor, mas logo tornei o bom senso,
Eu que não sou escritor, ator e muito menos o melhor exemplo,
Eu que não sou Deus nem sou Senhor. Poeta? Também não sou.
Seria eu merecedor de todo o seu amor?

Haja naturalmente, pois o natural é belo
Não tentemos forçar que o inevitável aconteça
Pois o inevitável virá e virará tudo de ponta cabeça.
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Amor, cruel amor

Como posso me gabar de ser correspondido se não posso tocar-te?
Como posso amar-te se não posso gritar aos quatro cantos do mundo a simples e singela frase eu te amo?
Isso é amor? Isso é justo? Ínfimo amor, que além de vir sem ser chamado,
Faz questão de permanecer, mesmo que num terreno desconhecido.

Enraizando-se a cada dia, a cada sorriso dado,
Fuja amor, enquanto há tempo, disse minha mente ao meu coração,
Mas foi tudo em vão, não adiantava mais lutar,
Pois o amor já estava lá, amordaçado, amarrado e sem muitas opções de fuga.

Amor, cruel amor que não soube escolher o tempo certo de chegar
E de tão tonto, pelo simples fato de amar, não mais consegue se retirar.

Eu que por tanto tempo tive a solidão como companhia,
Não mais consigo ficar só,
Pois até só, meu mundo é teu mundo.
domingo, 18 de março de 2012 0 comentários

Entre amigos

Numa mesa de bar, numa roda entre amigos
Num diálogo descontraído, várias ideias rolam no ar
Um acende o cigarro (sem repulsa), outro bebe uma pinga
Ideias que surgem entre uma golada e outra

Quem está certo? Quem está errado?
De fato ninguém tem a razão
Nesse momento um coloca os “fatos” para fora
Exalando verdades e mentiras sobre sua vida insana

Risos, sussurros, insanidades e gritos descontrolados
E daí? Somos amigos, somos irmãos
Cada qual com seu problema, cada qual com seu dilema
Um problema rola no ar e qual será a solução?

Solução? Nenhuma, não necessitamos disso
Malucos? Sim. Irmãos? Sempre
Puxe uma cadeira e venha curtir a bebedeira
Mais um gole, mais um riso, mais um pouco disso e daquilo

Nesse momento estão todos embriagados com os fatos alheios
O sol que nasce logo mais adiante é o despertador constante.
Como sempre o primeiro se levanta e parte,
Mas que continue a irmandade, sempre com lealdade.
domingo, 4 de abril de 2010 5 comentários

Sobre uma amizade findada. . .

É muito mais fácil julgar sem se colocar no lugar do “réu”
É muito mais maleável virar as costas e fingir que nada acontece
É mais simples jogar pedra em quem já está caído,
Tripudiar do bobo da corte que mesmo aposentado julgam lhe engraçado, bobalhão.

Procurar entender a opinião alheia é mais abstruso, o achômetro quase sempre falha,
Na hora do perdão o que vale mesmo é o coração. Mas perdão de que, de quem?
Um julga-se certo, injustiçado, o outro sem ter provas o critica.
Seria mais fácil voltar atrás e pedir desculpas, ou deixar o orgulho de lado e fingir que nada aconteceu?

Idas e vindas, brigas e afagos, mas uma amizade não finda de uma hora pra outra,
Esse fim é culpa de uma incapacidade de cada um rever seus preceitos e defeitos, mas de dentro e para dentro, voltando no tempo e vendo como um filme a história vivida com o quase condenado, mal interpretado.
sábado, 27 de março de 2010 5 comentários

Menino de rua


Deitado no banco ao relento à espera de um mimo
Um desabitado menino
O frio o faz encolher-se todo de joelhos na cabeça

Na praça as crianças “normais” se divertem
Enquanto do banco ele a tudo assiste.
Vontade de ir lá ele sente...

Sua única companhia é o tubo de cola cheira todo dia, ao invés de ir pra escola
Briga, tem quase todo dia...
E, se não fosse por “bola” seria por cola

Quando cheira se sente mais afortunado
Parece que sai deste mundo infeliz e se vê como uma criança qualquer.
Indo à escola brincar de bola, sem cheirar cola
Mas ao acordar dessa viagem...
Depara-se com sua realidade
De novo no banco, encolhido e deprimido.

Sua única solução:
é a cola
(para)
Se vir, brincando e jogando bola.
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Vou-me embora daqui!

Vou-me embora daqui, mas não é pra Pasárgada ,
pelo contrário, estou fugindo de lá, pois não sou amigo do rei,
sou amigo das prostitutas, elas sim me entendem.

O rei quer minha cabeça,
e eu nem sei o por quê.
Eu pensava que lá era meu refúgio,
mas na realidade era meu exílio,
lá parecia que eu mordia os dentes. Comigo entre eles.

Foi lá que descobri que a vida não é tão bela,
pelo contrário, é um mundo ilusório.
Hoje eu digo: estou de volta, consegui finalmente,
nunca o rei irá me achar.
Trouxe duas prostitutas comigo,
pois elas sim me entendem. O rei.
O rei não.
 
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