Parece que na vida nada é por acaso, o conselheiro tinha me falado que tinha uma família, mas nunca tinha me falado que ela era de São Paulo e ele também tinha me falado que nunca mais tinha visto a mesma, mas a verdade é que todos os dias ele ia lá ao seu antigo bairro para rever seus filhos e mulher, até que um dia ele me convidou para ir junto e eu louco de curiosidade fui. Quando vi a ex-mulher do Leôncio sair de casa com seus filhos me veio na memória tudo que passei na vida até aquele exato momento e aquilo foi apertando meu peito como se eu fosse ter um ataque no coração, mas estava muito jovem para isso e tentei me distraí.
Quando estávamos voltando para “casa” perguntei pra ele o por que dele ir olhar sua família todos os dias e mesmo assim não querer voltar. Sua resposta foi clara e direta, ele me disse: Eles são o meu combustível, posso não voltar a estar com eles, pois fiz muita besteira em meu passado, mas cada vez que os vejo me sinto renovado para retornar a minha caminhada. Calei-me.
Fomos dormir, pois no dia seguinte o Conselheiro iria procurar um emprego pra mim, coisa simples, mas que iria dar pra se alimentar acordamos antes do por do sol e fomos à busca de emprego, não foi tão difícil de encontrar, mas o salário era pouco e as condições de trabalho eram mínimas, mas aceitamos, ele de ajudante de cozinha e eu descascava as batatas, lavava o banheiro e varria o estabelecimento, várias vezes pegava algumas batatas para comer depois, ganhávamos pouco, mas foi dando pra gente sobreviver, atrás do restaurante tinha um quartinho, onde, nós pedimos para dormir ao dono do mesmo e ele falou que iria deixar se descontasse no nosso salário, nós não tínhamos saída então concordamos, qualquer coisa seria melhor que voltar a dormir na rua.
(*Continua)
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Um comentário:
amei a história, queria saber se eu posso fazer um livro com ela ... posso ?!
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