sábado, 27 de março de 2010

O meu próprio ser

Escrevo numa noite calorenta e sombria,
Não tenho muito a fazer, estou com medo,
Pra falar a verdade não sei de quê.

Pode ser da morte, pois gosto de viver,
Mas não sou tão velho pra morrer,
Embora os jovens estejam morrendo mais cedo.

Parece que está ficando mais escuro a cada segundo,
O tempo ta fechando, mas o calor está apertando,
Será que estou sonhando?

Não. Não é sonho, é só a brisa quente que rola no ar,
Acho que está fazendo-me alucinar,
Minha mente também está fechando.

Paro no ar, mas não consigo enxergar,
Meus olhos ardidos e frágeis, nem conseguem abrir.
Acho que vou fugir. Fugir pra nunca mais voltar (quem sabe).

Fugir primeiro de mim,
Eu sim sou meu maior inimigo.

E quando me libertar, aí sim posso voltar,
Pra poder realizar tudo deixado pra trás,
Voltarei com força e vontade,
Pra mais nunca fugir da verdade.

Uma verdade que me corrói,
Uma força que me destrói,
Essa coisa que me faz parar de ser,
O que jamais pensei esquecer,
O meu próprio ser.

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